PRODUTORES

Jean-Pierre Robinot é uma lenda no mundo do vinho natural. Seus vinhos são servidos nos melhores restaurantes do mundo e, se eles não te deixarem sem palavras, nada deixará.

Tivemos a sorte de conhecê-lo no La Dive, em fevereiro de 2018, e ninguém atraiu uma multidão maior ou serviu e provou os vinhos com tanto entusiasmo quanto Jean-Pierre. Sua paixão pelo vinho era contagiante!

Ele se apaixonou por vinhos ainda jovem, quando provou uma garrafa de Cheval Blanc de 1964. A experiência o marcou profundamente, tornando-se não apenas um amante da bebida, mas quase obcecado por ela. O próximo passo foi mudar-se para Paris, onde abriu o L'Ange Vin, um dos primeiros bares de vinho natural do mundo. Além disso, participou da fundação da Rouge et Blanc, uma das revistas de vinho mais influentes da França.

Em 2000, vendeu o bar e comprou um vinhedo nos arredores da vila de Chahaignes, ao norte do Loire, onde cresceu e hoje vive e trabalha com sua esposa, Noëlla. Atualmente, ele possui cerca de dez hectares em diferentes locais — alguns classificados como Jasnières ou Coteaux du Loir, caso ele seguisse as regras da denominação.

Robinot lança seus vinhos sob dois domínios distintos: Les Vignes de l'Ange Vin, para os vinhos produzidos em suas próprias parcelas, e L'Opéra des Vins, onde ele compra uvas cultivadas organicamente e de forma biodinâmica.

Atualmente, ele trabalha com videiras de Chenin Blanc e Pineau d'Aunis, cultivadas de forma orgânica e biodinâmica em solos de argila vermelha, calcário e sílex. A maioria dos tratamentos consiste em infusões de plantas silvestres, como urtigas e samambaias. Nunca há maceração, e alguns barris são tostados.

A colheita é feita manualmente, e a fermentação natural costuma ser bastante lenta, durando meses ou até anos. Os vinhos então descansam sobre as borras em barris até que Robinot os considere prontos — um processo que pode levar até cinco anos em alguns casos. Tudo isso acontece em antigas cavernas de calcário. Além disso, ele nunca adiciona sulfitos aos vinhos.

A paciência de Robinot é um reflexo de sua sabedoria na adega. Seus vinhos nunca são apressados para chegar ao mercado; são lançados apenas quando atingem seu ponto ideal. E, quando chegam… oh, eles estão prontos!